Ontem mostrava-vos (aqui) este artigo do Expresso e prometi que daria a minha opinião sobre o assunto. Para ser mais fácil a comparação, vou usar os mesmos tópicos.
Não serão complacentes com as suas falhas
É meio verdade. Mas também no secundário já era meio assim. Eu tive os melhores professores do mundo no secundário, mas nunca senti que fossem daqueles estilo 'podes falhar as vezes que quiseres, que és tão fofinho que estás desculpado'. Aliás, acho que já nem mesmo no secundário há aquela coisa par deixar o trabalho de véspera e os únicos trabalhos passíveis de ser esquecidos são mesmo os clássicos de T.P.C.'s. Assim sendo, se tiverem sido responsáveis como deviam, é o ponto que não vos deve assustar.
Não lhe dirão nada sobre os atrasos
Ahahahahahaha. Mentira. Aqui depende muito do tipo de aula, se é teórica, se é prática, se é uma sala normal ou um auditório. Tenho de tudo. Tenho uns que lhes é igual se as pessoas chegam logo no início, se se atrasam cinco minutos ou se se atrasam e meia hora e se saem a meio da aula. Tenho outros que mandam bocas a quem chega atrasado e leva isso a peito. Tenho uns que fecham a porta e não entra mais ninguém, mesmo que o atraso seja um vez no ano. Mas, lá está, no secundário também havia os mais permissivos e os mais rígidos. Eu como nunca gostei muito de atrasos, não sou de me preocupar com essas coisas.
Não o tratarão como um filho
Já aqui disse que sempre fui uma mimada pelos meus professores, eu e as minhas turmas. E aqui até pode acontecer isso. É claro que não se constrói uma relação com um professor em três meses igual àquela que demorou um ano (comigo funciona assim), mas se há gente que nunca na vida saberá os nossos nomes, também há os que se esforçam e, inclusive, os que têm o seu quê de maternal/paternal.
Não lhe facilitam a vida
É verdade, mas também acredito que alguns estão ali para ensinar e não para lixar. Não há aquela coisa de 'temos dois testes na mesma semana, vamos lá mudar um' como se fazia no secundário. Mas uma boa conversa, aliada a um bom comportamento nas aulas e a um sorriso simpático pode fazer maravilhas numa restruturação de calendário.
Não lhe perdoam sinais de imaturidade
Esta é, provavelmente, a mais certa. A verdade é que se vamos para a universidade é porque assumimos quase um compromisso de responsabilidade, pelo menos eu tenho respeito pelo valor de propinas que pago. E, acreditem, se há coisa irritante nesta vida, é levar com aulas onde metade do auditório está a comentar a Casa dos Segredos (façam como eu e comentem à hora de almoço).
Isto tudo para vos mostrar que, se é verdade que há coisas que mudam, também é verdade que há muitos mitos associados e, como em tudo nesta vida, há pessoas e professores para tudo.