Porque hoje se fala muito de sorte (ou então não e é mesmo do oposto), não é demasiado sorte encontrar uma cara metade, que viva perto de nós e que, ainda para mais, fale a mesma língua?
Lembro-me do Miguel Esteves Cardoso ter escrito, uma vez, que somos preguiçosos a arranjar amigos, não os vamos encontrar na Grande Muralha da China, muito provavelmente, encontramos na papelaria onde vamos comprar o jornal.
E não acaba por ser, mais ou menos, da mesma forma, para esta história da cara metade? Claro que não vai ser a pessoa que mora já no prédio ao lado, só porque mora no prédio ao lado mas, convenhamos, ter uma cara metade que decide ir morar dez anos para Camberra enquanto o outro fica por cá, é capaz de não ser o mais confortável para se começar a vida que se espera a dois para muitos e bons anos.
A distância é, inevitavelmente, das coisas mais afeta uma relação (nem sempre de forma negatividade, também é verdade). E vai continuar a ser assim, até que o skype comece a dar abraços ou arranje uma funcionalidade grátis de teletransporte.