Entretanto, o querido Mourinho (que só vai dizer bem da seleção quando ele lá estiver) fez aqueles declarações que eu classificaria como 'mais valia ter estado calado'. Enfim, gosto muito dele mas, em pleno campeonato, como português que é, deveria ser bola para a frente e não estar com este tipo de comentários.
Preocupante e capaz de nos tirar horas de sono, é o joelho do nosso mais que tudo. Se estão capazes de tornar os dirigentes do Real em carne picada, por nos terem deixado o puto nestas condições, eu estou nesse movimento.
Assim sendo, e dado o panorama atual, amanhã ninguém pega na bola, e vão todos, todinhos, ali à curandeira da Baía, que isto só já lá vai com ajuda divina.
No meio de tanta coisa parva, que foi dita e escrita, deixo-vos com Miguel Esteves Cardoso (publicado ontem, no Público), com as palavras mais sensatas (as dele e as do Goucha, que ele escreveu algures no seu cabaré):
1-0: começa a merda. 2-0: A merda continua. 3-0: a merda adensa-se. 4-0: acaba a merda.
Mas quem é que não estava à espera desta merda? É normal Portugal perder com a Alemanha. É sempre a mesma merda. Qual é a novidade?
É por isso que vamos desanimar? Por ter acontecido o que já se esperava? Claro que não. O jogo com a Alemanha era uma merda que tínhamos sempre de despachar. Pronto, está despachada. Ainda bem. Estamos prontos. Não estamos feitos.
De resto, que bem se estreou a Península Ibérica neste Mundial. Reflectiu-se a longa experiência que Espanha e Portugal têm na América do Sul. Fomos amplamente recompensados por todos os jogadores que roubámos ao Brasil, à Argentina e a outros países sul-americanos.
Foram nove golos que levámos: a Espanha de um país mais pequeno e Portugal de um país bastante maior. Por outro lado, a Espanha marcou um golo e nós nem um marcámos. Em contrapartida, eles levaram 5 e nós só levámos 4. Mas ambos sofremos 4 golos de diferença. 8 no total. Nada mau, hein?
Estaremos feitos? Não.
Agora cabe-nos apoiar a selecção mais do que sempre. É o nosso apoio que será decisivo. É portuguesíssimo mas perigosíssimo pensar que está tudo perdido, que já não vale a pena. Nunca iríamos ganhar à Alemanha. Se tivéssemos ganho ficaríamos com um excesso mortífero de confiança. Assim levámos o banho de água fria de que precisávamos: quatro baldes foi a medida perfeita.
Quanto aos alemães, parabéns e obrigado pela lição.