No meu tempo os professores não tinham facebook.
No meu tempo usava-se acetatos em vez de power points.
No meu tempo descobrir o número de telefone de um professor era como descobrir o número de euromilhões.
No meu tempo fazia-se biblioteca de turma.
No meu tempo escrevia-se com giz em quadros de ardósia.
No meu tempo desfolavam-se joelhos a jogar à macaca.
No meu tempo a campainha tocava para o intervalo.
No meu tempo havia leite escolar em pacotes com ilustrações.
No meu tempo chegava-se a casa, brincava-se com a Barbie e via-se os Morangos com Açúcar.
No meu tempo as conferências sobre Educação Sexual eram conversa nos corredores um mês antes.
No meu tempo havia EVT e Música, fazíamos esquadrias e desenhos, aprendíamos a tocar flauta e começávamos com o Alecrim.
No meu tempo falar num chat era o pecado capital de uma vida.
Estava a pensar no que mudou quando vi comentários entre as minhas professoras do básico no facebook. Acho que as coisas tornaram-se muito diferentes num curto espaço de tempo, e isso, para mim, não é bom.
Não sei se sou eu que acho que os miúdos não são tão parvos e inocentes como eu era, que sabem mais que eu, que isto o Google é um mundo. Mas crescer depressa de mais é a pior coisa do mundo.
Não mudava nada, nadinha, do tempo em que cresci. Era um meio termo saudável: tinha a net SÓ para fazer trabalhos, mas não chegava a casa e ficava agarrada ao computador. Estou invadida de uma nostalgia estranha, será por ser quase Natal?
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