Quando chegamos à faculdade, enquanto caloiros, temos muita gente trajada a dizer-nos 'estes são os melhores anos da vossa vida'. Quero acreditar que não. Espera-se, claro, que sejam anos muitos felizes, onde se conheça muito boa gente para o resto da vida e etc e tal mas, chegar ali aos vinte e poucos e pensar que os melhores anos da minha vida já passaram, cheira-me um bocado a conformismo disfarçado.
E nesta altura, pessoas acabadas de chegar, estão longe de saber se são, ou não, os melhores anos da sua vida. Para os que facilmente se adaptam, a praxe é uma alegria, podiam andar sempre em festa, não há nada como estar fora de casa dos pais durante uma semana inteira e fazer uma tour pelos bares e discotecas do sítio é o programa mais fascinante dos últimos dois séculos e meio.
Mas também há quem não tenha adaptações fáceis. Eu sou dessas. Não gosto de mudanças, já o disse mais de mil vezes e passei por coisas muito desconfortáveis quando me vi na mesma situação (podem ler coisas dessas por aqui). E são essas pessoas que me preocupam, no sentido de que acho que posso dizer qualquer coisa para atenuar este momento difícil.
Nem todos de nós começamos a sentir o espírito da faculdade dois dias depois, pode-se sentir qualquer coisinha numa praxe mais sentida, ou a comparar a faculdade do amigo com o outro, mas às tantas já estamos tão cansados de cantar a mesma música que o que queremos é que chegue Sexta à tarde para se ir para casa (e reza-se para que Domingo à noite demore muito e muito a chegar). Da mesmo forma que é difícil para muitos fazer amigos para a vida ao fim de uma semana ou ter a certeza que se está no curso certo e é isso que se quer fazer até se estar demente (e quantos cursos há que só começam a ter razão de ser a partir do segundo ano?!).
O meu conselho é sempre o mesmo: não desistam! Por mais que custe não estar em casa, porque mais que se estudo e não se tenha resultados. Tentem, nem que seja só numa de 'vamos lá ver o que é que isto vai dar'. Lembrem-se que, mesmo que vejam que não é isso que querem, pelo menos descobrem que é o que não querem. E o nosso conhecimento, ainda que nem sempre seja reconhecido por um certificado, é sempre uma mais valia, em qualquer altura da vida.
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