terça-feira, 13 de agosto de 2013

Diferenças entre o Secundário e a Faculdade

Acho que já disse por aqui que quando passei para o secundário, a coisa que mais me fez confusão foi o grau de dificuldade. De resto, tudo continuo igual, ainda que ao princípio não parecesse. Não tive professores extremistas, nem pessoas que não quisessem saber de mim, não me senti para ali abandonado nem achei que perdesse um certo ambiente de aconchego que tinha tido até então. Simplesmente, já tinha uma escola adaptada a pessoas da minha idade, onde nas parede havia cartazes sobre violência nos namoros e as casas de banho já tinham baldes de pensos, em vez de existirem cartazes da segurança rodoviária e aqueles mini lavatórios.
Mas, quando se passa para o ensino superior, a conversa é outra. E o que é que faz mesmo falta:
  • Aquela sensação de chegar ao final de um teste de  Português e ter uma composição para escrever, com um tema que, até então, nunca tinha sido reflectido;
  • Os professores que "mimam", que se preocupam, que sabem que estamos em dias menos bons ou que, simplesmente, sabem o nosso nome e, de quando em vez, até nos arranjam uma adaptação querida;
  • As funcionárias em todo o santo corredor que, apesar de refilarem por tudo e por nada, tinham sempre um catálogo da oriflame e deixavam um espacinho para que nos aquecêssemos nos seus aquecedores;
  • As compras do material escolar, aquela coisa de ter o caderno mais giro para a disciplina preferida, a sensação de escrever 1ºperíodo, de escolher um lugar na sala e o cheirinho a livros novos (tão bom!);
  • A preocupação de professores que diziam "vejam lá se a data do teste está boa ou se têm já algum marcado" ou até aqueles que deixavam escolher as datas dos testes, porque mais ou menos matéria, para eles, era um tanto ou quanto indiferente;
  • Os trabalhos para levantar a média, as segundas vezes que se faziam os testes porque as notas dos primeiros tinham sido catastróficas e o 'vou só fingir que vocês não trocaram as respostas das escolhas múltiplas'; (...)
Claro que isto são exemplos de algumas das coisas mais queridas que as pessoas no meu secundário fizeram por mim (quem diz por mim, diz pelos meus colegas). Também tive professores que nem se preocupavam ora assim tanto mas, a verdade, é que não tive um único professor que achei que se estivesse a lixar para aquilo que estava ali a acontecer. Sei que muita gente apanhou gente dessa até no básico, mas eu não. Por isso é que sempre que falo disto, direi as vezes que forem necessárias que, pelo menos até ao meu 12º, fui uma privilegiada pelos professores que tive e por essas mesmas pessoas que conheci. E não me importa que tenha tido professores mais exigentes, ou que fossem mais picuinhas com as notas e que dificilmente metessem uma nota de topo na pauta. Sei que não os trocava por um que me prometesse dar-me vinte a tudo. Porque sempre achei que os professores que tive contribuíram bastante para a minha formação e estarei sempre grata por isso.