domingo, 23 de junho de 2013

Não sou assim tão boa

Ontem, numa conversa de café, ouvia uma senhora dizer: "eu não sou uma arquitecta de primeira, não poderia estar a frente de um projecto, mas sim a auxiliar outros, por isso é que também no desemprego".
Acabada de dizer isto, dei por mim a pensar esta quase coragem que é preciso ter para se admitir que, afinal, não se é assim tão bom, que o facto de não se ter emprego na área não depende só das dificuldades actuais, mas também das capacidades pessoais, comecei a pensar que nos falta a quase todos um bocadinho de humildade para reconhecer esta parte.
Não sei como vai ser a minha vida daqui a uns anos (aliás, nem sei como vai ser a minha vida amanhã), não sei como vai ser a minha experiência no mercado de trabalho, não sei se vou estar a fazer alguma coisa que gosto, nem sei se vou apanhar uma depressão de tanta frustração.
Já li muitas coisas sobre isto, já vi/li pessoas felizes e infelizes dentro ou fora das suas áreas de conforto, já vi/li pessoas que esqueceram a sua formação superior e investiram naquilo que realmente gostavam e onde são realmente boas e já li um caso completamente marcante de uma rapariga que teve na prostituição a sua única saída (dava para aqui tanta conversa, mas fica para mais tarde). Agora pessoas que, antes de tudo, têm a capacidade de dizer 'a culpa também é minha porque, afinal, eu não sou assim tão boa', isso, só vi uma.