terça-feira, 25 de junho de 2013

Ainda as amizades do secundário

Há um ano atrás, acabado o meu secundário, achava que tinha os melhores amigos que alguém podia ter, que ia falar com eles todos os dias e que aquilo era mesmo para a vida, chegámos a fazer uma combinação ao de leve que passava por todas as semanas nos encontrarmos pessoalmente e todos os dias mandarmos uma mensagem, nem que fosse para sabermos que todos estávamos vivos.
Ora, um ano passado e nada foi assim.
 
Se só este ano vão passar por isto, é normal que me acusem de frieza, de pensarem 'comigo não vai ser assim' e que isto é tudo uma grande treta. Mas para o ano voltamos a falar.
 
Nos primeiros tempos, ainda há umas mensagens por outras, depois daquela absorção brutal que as praxes causam em nós (dava por mim a adormecer a meio do diário da Casa dos Segredos), vêm alguns reencontros, mas mal chega a altura de mil coisas para fazer e tudo se esquece (aniversários, inclusive). As mensagens passam a ser semanais (com sorte) os encontros de meio em meio ano e mil promessas de encontros que não se chegam a realizar (é a tal história dos ex amigos que dizem 'temos que combinar qualquer coisa').
Pessoalmente, e deve ser onde a minha consciência está mesmo, mesmo tranquila, sempre tentei não descurar o que quer que fosse, enviar mensagens, telefonar, perguntar banalidades. Mas a partir de uma certa altura, quando vemos que não há ninguém que se esforça tanto, uma pessoa começa a desistir, aos poucos e poucos, cansada de ser a chata que ainda tenta organizar qualquer coisa. E depois penso para mim 'bem, se eu desisti, o caso está mesmo perdido'.
 
Não acredito em relações para a vida, sejam amorosas, familiares ou amizades. Acho que as coisas vão e vêm. Claro que não amanhã não vou detestar as pessoas que hoje são as mais importantes da minha vida, mas tenho consciência que, por determinadas circunstâncias, lá nos teremos que afastar e se isso não for contornado com uma grande boa vontade de ambas as partes, acaba por se tornar numa relação de 'olá, tudo bem'. Da mesma forma que não penso 'quando é que isto vai acabar', talvez porque não seja de fazer projectos a longo prazo e por acreditar solenemente que o que tiver que ser, será (e não, não é uma desculpa para encarar esta ou outra fatalidade de ânimo leve).
 
E isto não quer dizer que toda a gente se afaste nesta altura. Tenho amigos meus que depois de um tempo afastados durante o secundário, agora houve uma reaproximação, assim quase inexplicável, que até pode ter sido retomada por conversas no facebook. Mas, não vale a pena negar, a maioria daquelas que nós achávamos que cá iam estar até aos noventa e sete, foi às suas vidinhas, anda por lá com os amigos novos e bem, nós também teremos que fazer o mesmo.
 
É assim.