terça-feira, 4 de junho de 2013

100% das estatísticas somos nós que as fazemos


Sou completamente apaixonada pela publicidade by Coca-Cola (na verdade, gosto de publicidade em geral, acho que tirando as pessoas da área, é uma coisa descurada por los demás, quantas pessoas é que mudam de canal durante os reclames? - tivessem coisas novas todos os dias e até trocava os intervalos pelas novelas, ahaha) porque aquele lindo refrigerante uma vez fez algo tão giro como nos mostrar o quão espectacular é este estupendo país e que agora nos demostra que o mundo está nas nossas mãos. E isso é uma boa estratégia: nós somos bons e somos nós que comandamos o mundo. Se a Coca-Cola é assim tão querida, bora lá beber até mais não, que aquilo não há-de fazer mal nenhum... até nos alerta para o sedentarismo e para o facto de em 2030 sermos todos obesos.
Realmente, é o mesmo que o Mac Donalds nos alertar para isto, mas lá que resulta, resulta. Tanto que estou aqui a falar dela e não da publicidade de outra coisa qualquer.
Mas falando deste coisa que é o nosso futuro mundo. Assusta-me viver num mundo de gente gora. Não que tenha algum problema com pessoas com excesso de peso, eu vivo numa luta para não o ser porque não me sentiria bem, mas se há pessoas que são mais felizes a comer um hambúrguer do que a ver os ponteiros baixar na balança, tudo bem, cada um sabe de si. O problema é que o mundo não está preparado para ser dos obesos (lá para as Américas e para a cidade mais gorda do mundo, até poderão estar, mas Portugal não está). Se pensarmos em coisas banais, como as portas do metro (aquelas onde se passa o pass), as cadeiras dos restaurantes, a carga máxima dos elevadores, as máquinas dos hospitais... não estamos, pronto. E se o Zoo até nem se deve importar muito de receber pessoas esporadicamente para ir fazer uma radiografia, receber centenas (ou mais) de obesos por dia, a conversa já muda de tom.
E depois temos o problema do dinheiro. O estado não tem dinheiro para fazer alterações nas demais infraestruturas que precisarão de adaptações, não tem dinheiro para lidar com todos os problemas de saúde que a obesidade acarreta, não consegue suportar bandas gástricas e psicólogos para aqueles que não conseguem olhar para si (a quantidade de gente gorda é proporcional à ambição de se querer ser cada vez mais magro).
Junta-se à festa o problema da sustentabilidade. Como não vamos ter três Terras, e porque qualquer dia há uma emancipação dos países de terceiro mundo (que por viverem nas miseres condições em que vivem, é que eu posso dar-me ao luxo de estragar roupa a uma velocidade impensável para quem quer uma maçã e não a tem), a comida vai ter que começar a ser racionada, ou então começamos uma guerra das batatas ou coisa que a valha.
E pensa a maioria das pessoas: eeeeiiish, que drama queen. Sim, sou. Mas, gente, 2030!!!!!! Eu lembro-me bem de estarmos em 2001 (?) e mudarmos para o Euro, isto daqui a 2030 é um saltinho e, quando dermos por nós, todas as alfaces já terão sido substituídas por fritos com maionese (no-jo!).
(e com toda esta conversa comecei a sentir-me mal do meu leite com Nesquick matinal - depois dos exames, começa a dieta!)