"Não vou fazer voluntariado porque isso é trabalhar de graça". Ouvi isto e perturbou-me. Perturbou-me bastante.
Claro que há os voluntariados para distribuir comida nas ruas, para recolher alimentos, enfim, os mais clássicos e aqueles que não nos pedem experiência ou um certo 'nível de escolaridade'.
Mas hoje, quantas e quantas vezes, não vemos empresas e instituições a pedir pessoas qualificadas para trabalho gratuito. E aqui, o que fazemos? Precisamos de começar por algum lado, mas temos que nos sujeitar a trabalhar sem qualquer recompensa? Será que o facto de não nos compensar monetariamente não compensa pela experiência que ganhamos, pelos contactos que fazemos e pelo currículos que vai ficando maior e melhor?
No fundo, acho que nenhum de nós, quando começa, pode ver esta fase como um "trabalhar de graça". Pessoalmente, prefiro acreditar que este é um primeiro passo (cada vez mais essencial), que pode mesmo ser a experiência mais importante de todas e que funcionará como uma rampa de lançamento. Claro que não vamos ser empregados em todos os sítios onde fazemos estes voluntariados, possivelmente vamos até ter que acumular muitas destas experiências. Mas não será nestas experiências que vamos tendo aqueles "certificados de formação", que podem não estar num papel, mas que nos ensinam tudo o que sabemos?
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