sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Hoje o Álvaro fez sentido


A minha relação com a poesia sempre foi muito amor ódio. Desde que me lembro, que a minha praia sempre foi a narrativa - um livro enorme para explorar, uma história que demorava tempo a descobrir, personagens com muitos segredos e com páginas de características, tempo e espaço... enfim, aquelas coisas boas das aulas de Português, com os tão grandes Eça e Saramago.
Com a poesia já era diferente. Tive uma professora que, de forma tão simples, mas que desde aí me deixa com um sorriso parvo, me disse 'tu tens jeito para o português', quando eu falava com ela sobre o facto de não morrer de amores pela poesia. Entretanto, fui lendo umas coisas. E a overdose do Nando e amigos mudou qualquer coisa. Ele é um génio, daqueles que sabe usar as palavras como eu gostava de um dia saber. Com Fernando Pessoa, é tudo tão bonito e perfeito, que é difícil não ficar apaixonada por esta coisa do poesia.
Desde há uns dias para cá que tenho percebido em particular o Álvaro de Campos, mas não da forma tão intensa como ele nos escrevia. Acho que isto de passarmos por uma fase tão agitada seguida de outra mais depressiva, várias vezes, como um ciclo, é bem normal e comum. E tendo as coisas escritas desta forma, até parece bonito. O Álvaro sempre fez sentido. Neste dias têm-me feito muito sentido.