Houve uma altura em que era completamente viciada em imprensa cor-de-rosa, chegava a gastar todas as minhas economias em três, quatro revistas semanais. Depois fui reduzindo, comecei só a comprar uma por semana, acabou por se tornar um compra irregular, e agora, compro uma por outra, normalmente no doce tédio das férias. Enfim, ganhei juízo e agora aposto em imprensa mais construtiva. Depois também houve a fase dos sites das revistas sempre nos favoritos do computador, visitava-os hora, ia ver todos os arquivos... horas passadas nisto.
Claro que agora continuo a ver uma ou outra mas cusquice, mas cada vez com menos entusiasmo. Porque acho que devo rentabilizar o meu tempo de outra forma, porque a vida dos outros cada vez me interessa menos, porque cada vez estou mais na minha e na das minhas pessoas.
Mas, ao ver a Banca de Jornais do Sapo, a chegar à parte das revistas, fico chocada com a quantidade de artigos sobre desgraças da vida dos famoso. Sinceramente, não percebeo. Tudo bem que pode vir um ou outro escândalo menos bom, mas uma capa inteira é demais. É demais para os famosos, que se vêem escorraçados em tudo quanto é quiosque e é demais para quem lê. (ou será que há pessoas que só se sentem bem se se virem refugiadas na desgraça alheia... credo!!).
Pessoalmente, gosto de ler notícias animadas (sobre os famosos que gosto, porque também sei ser mázinha). Mas, mesmo sobre aquelas pessoas a quem tenho aversão, também não rezo para que saiam notícias que eles tiveram uma overdose ou um aborto, aliás, se não sair nada sobre eles melhor, porque, se não gosto deles, acabam por não me interessar.
Ainda assim, é mais que perceptível que a maioria dos leitores não pensam assim. Basta ver a evolução das revista de há uns tempos para cá até ao dia de hoje. Dantes, a imprensa era mais ligeira, agora começa a aproximar-se aos verdadeiros paparazzo e estão maus, a invadir a privacidade, a ultrapassar os limites do bom senso. E tenho pena, porque, pela parte que me toca, as revistas cor-de-rosa (que já não são assim tão cor-de-rosa) perdem interesse à medida que se tornam cada vez mais mesquinhas.
Digam-me que isto não é uma concentração absurda de desgraças para uma só capa: