Há um Natal antes da faculdade e um Natal fora da faculdade.
Natal no Secundário é pausa nas aulas, no estudo, nos trabalhos de grupo (quem é que fazia mesmo maratonas de trabalhos de grupo no secundário? pffffff), acordar tarde, ver desenhos animados, comer as muitas caixas de Ferrerro que se vão acumulando por causa, não pensar em nada e rezar para que não seja um daqueles anos em que as aulas começam no dia dois.
Natal na Universidade é tão diferente. Não sei, ainda, dizer se é melhor se é pior, mas muito diferente, isso posso garantir. Natal é sinónimo de voltar a casa. Hmmm, mais do que duas noites seguidas em casa, sem pensar no que se vai fazer hoje para o jantar ou na pilha de loiça que se vai acumulando. É ter uma mala gigante, à espera de ser arrumada, com camisolas quentinhas que vão saindo de lá à medida que vão sendo usadas. É passar tempo com aquelas pessoas que não davam sinal de vida desde Setembro e começar a recordar bons velhos tempos. Por outro lado, também é um Natal com muitos apontamentos espalhados no meio de azevias, é dizer que não a uma maratona de Sozinhos em Casa porque há uma reunião por grupo no Skype, é a familiarização com uma das épocas mais divertidas do ano, a época de exames.
Enfim, não há mesmo Natais como os dos tempos de miúdos, aqueles onde havia a feliz preocupação da festa e do teatro de Natal, onde se decoravam músicas e peças de flauta e onde começava a correria aos gorros de Pai Natal (quem nunca cantou com um gorro daqueles em frente à escola toda, não sabe qual é a verdadeira essência das festas de Natal).
Mas, no que toca à eleição entre o Natal do Secundário e o Natal Universitário, é mesmo difícil escolher. Agora, olha para trás, e há um misto de pensamento. Se, por um lado, penso como adorava aquelas tardes sem fazer nada, por outro, também dou por mim a questionar 'credo, mas com o que é que te conseguias entreter durante duas semanas? (aposto que, na altura, o Disney Channel devia passar coisas bem melhores que Violetas e séries mal dobradas)'. Talvez, e por mais que custe muito admitir este triste facto, acho que me vou habituando a não ter tanto tempo para preguiçar. Pior, acho que, e ainda me custando mais a admitir, há dias em que prefiro não ter esse tempo todo de preguiça.
Enfim, como alguém diria: