Falta tempo. Tempo para ver filmes, séries, tempo para vegetar e para passear. No início do semestre, olhava para a agenda e pensava 'só quero que isto acabe'. Hoje, olho para a agenda e apercebo-me que estão quase três meses volvidos, meses em que andava tão absorvida com as mil coisas que tinha para fazer, com as mil coisas que não tinha tempo para fazer, que nem dei pelo tempo a passar.
A verdade é que me habituei a não ter tempo, quando tenho aquele tempo para vegetar, aquele em que 'não posso fazer nada porque estou à espera que a minha colega que me envie a minha parte', sinto-me mal por estar parada e por ainda não estar de férias. Que dramas!
É nestas alturas que mais sinto falta do secundário, do básico, até. É aquela espécie de Síndrome de Peter Pan, modo universitário, em que se quer voltar para a ilha, a ilha do ver todos os programas de televisão e novelas, a ilha de não ter tantas responsabilidades, a ilha que já não volta.
Lá no fundo, sei que o que me perturba mais com esta passagem do tempo, é o facto de sentir que ele está a passar, que eu tenho tanta, mas tanta coisa para fazer e que já devia ter feito muito mais do que o que fiz. Aquela coisa de 'estou a ficar demasiado velha para isto ou para aquilo' atormenta naqueles momentos mais chatos, verdade?
