sábado, 11 de janeiro de 2014

Se és assim, interna-te!


Um amigo meu mostrou-me isto ontem e eu fiquei tão parva que nem soube o que lhe dizer. Não sei se os entrevistados são só otários, pouco provável, ou se precisam de acompanhamento psiquiátrico para o resto das suas vidas, muito provável.
Primeiro que tudo acho graça que a opinião seja dada por pessoas que usam um símbolo nazi ao pescoço. Durante muito tempo, achei que esta questão ligado ao nazismo já tinha passado, que não era possível, hoje em dia, ainda existirem pessoas assim, tão más, tão desequilibradas da cabeça, tão todos os piores adjetivos que vos possam ocorrer. Depois comecei a aperceber-me que não, que ainda há muito má gente assim e que isso é assustador, partilhar um pequeno planeta com psicopatas destes.
De seguida, e não menos importante, a qualidade dos argumentos. Ai, que é do bom senso que assim seja, ai porque pesquisei na internet. Pronto, é de esperar que a estas pessoas tenha sido feito uma grande lavagem cerebral, que isto desta gente não se espera nada coerente, mas melhorar um bocadinho a justificação das palermices em que acreditam, só para ficar bem na televisão, não seria má ideia. Contudo, eu compreendo que aquilo que dizem é tão ridículo que nem o mais 'inteligente do grupo' seja capaz de arranjar qualquer coisa com jeito.
Quanto ao tema central da reportagem, a adoção por casais  homossexuais. Sei que há pessoas sem este tipo de preconceitos que também são contra. Eu durante muito tempo também não sabia se era contra, a favor, se não tinha opinião sobre o assunto. Agora acho que sim, que os casais homossexuais devem poder adotar crianças. Muito se fala do que os miúdos podem sofrer na escola por parte dos colegas, das bocas e comentários menos agradáveis, mas nenhuma criança nasce xenófoba, vem de casa um puto perceber que os pais do amigo são diferentes, são dois homens ou dos mulheres, mas não é por isso que são piores ou que não são capazes de dar tanto amor ao filho. Um bom exemplo desta situação passa pelo casal Luís Borges e Eduardo Beauté, quem é que iria adotar uma criança com trissomia 21, proporcionar-lhe todas as condições para que se possa desenvolver da melhor forma possível, aceitá-la com todas as suas capacidades e limitações. Três casais no mundo?! É que estas coisas na teoria são muito bonitas, mas quando chega a hora de adoção tudo quer uma bebé, saudável e perfeitinho.
Por fim a relação com a pedofilia. É que isto é tão ridículo que nem sei como é que alguém se lembra de estabelecer tal relação. Assim de repente, não me lembro de nenhum caso que o justifique nem sei que alma neste mundo é que se podia lembrar de coisa tão parva. Talvez o defeito seja meu. E, já que estamos numa de questões estúpidas, alguém que me explique como é que a Câmara Municipal de Lisboa gasta mais dinheiro com os gays?! Tenho amigos meus gays, que vivem, estudam e trabalham em Lisboa e não me lembro da última vez que me disseram que regalias é que tinham por ser homossexuais. Querem ver que eles não pagam a conta da água e andamos nós todos a pagar por eles?!
Enfim, tenho pena, mesmo pena, que existam pessoas assim. Uma vez, numa entrevista, o Goucha disse que era muito mais que a sua forma de gostar. E a partir do momento que alguém se limita a uma pequena coisa que é em tantas, então é muito pequenina. Somos muito mais que a nossa forma de gostar e que a nossa forma de vestir, somos muito mais do que o clube que apoiamos ou a música que vestimos. Somos mil coisas e é esse conjunto que faz de nós boas ou más pessoas.