Este é o drama tantas vezes vivido mas quase nunca admitido. Aliás, quem faz referência a tal, fá-lo muito ao de leve, sem dar bem a entender o assunto, coisas do estilo "preciso de um namorado" ou "sou eu é que não arranjo ninguém". Acho normal que a maioria das pessoas não queira admitir, ou até dar-se conta, que está mais sozinho do que o que gostava de estar, acabando por só ver a parte menos boa de estar solteiro.
Não sei se todas as pessoas têm uma cara metade, não acredito muito que haja alguém para sempre e agora já nem se faz grande esforço para isso. Mas acho que há pessoas que têm mais dificuldade em encontrar o/a tal. E isto não tem nada a ver com o facto de serem mais ou menos bonitas, apesar das crises de auto-estima que tudo gera "se eu fosse mais magra ou mais bonita de certeza que tinha um namorado. ela é tão gira e nunca esteve sozinha".
E motivos, quais serão então os motivos?
O motivo menos óbvio, que acho mesmo que pouca gente acredita. A distracção. Quantas e quantas vezes andamos no mundo da lua e não nos damos conta de determinados sinais?! E pode-se estar assim num loooongo período de tempo?! Eu acho que sim, que pode, porque às vezes, não é defeito, é feitio e se vamos ignorando um sinal, depois outro e depois mais outro, se no meio das dúvidas não vamos também nós dando pistas, se o outro percebe que não há qualquer feedback, então dá-se conta que talvez não estejam a ser correspondidos, quando isso pode não ser verdade.
A incompatibilidade. Ou "amores não correspondidos". É triste, nas novelas eles acabam por perceber que gostam mesmo um do outro ou depois então encontram alguém que os faz muito mais feliz. Na vida real (detesto esta expressão) o processo deve ir dar mais ou menos ao mesmo, ele pelo menos comecei a perceber que se as coisas estão numa novela é porque há mesmo (MES-MO) um fundo de verdade e que se acontece com as personagens, pode perfeitamente acontecer connosco.
O destino. Mas esse até pode envolver a incompatibilidade, a distracção e todas as mais causas possíveis e imaginárias. Não sei se são como eu, mas sempre achei que tu acontece por um motivo - seja algo maravilhoso ou a atirar para o injusto. O que tem que acontecer acontece e se estiver destinado que só daqui a vinte anos é que vai acontecer, então terá que se esperar. Mas se tiver que ser já amanhã, então também não há volta a dar.
Seja de que maneira for, o importante é ser-se feliz, com ou sem respectivo, sem crises de auto-estima e com, pelo menos, no mínimo dos mínimos, um motivo para sorrir nem que só um bocadinho por dia.