Quando pensamos nos grupos de amigos, cada um tem uma (ou mais) particularidades que até achamos graça, ou então que não podemos com elas.
A função de ser picuinhas, cabe-me a mim. Calma, que não é com tudo, mas na maior parte dos casos, aquelas coisas pequeninas que passam a toda a gente, incomodam muito a minha pessoa.
Não gosto de atrasos, não gosto que convidem pessoas para jantares que eu organizo sem me dizerem nada, não gosto de pessoas que cospem para o chão ou que arrotam e muito menos gosto que me obriguem a partilhar uma refeição com as mesmas, não gosto de gente que vai almoçar comigo e que mastiga com a boca aberta, não gosto que não me respondam às mensagens nem que não me retribuam as chamadas (quando eu nunca faço isto), não gosto que interrompam conversas porque querem ir fumar, não gosto que vão sair comigo só para se embebedarem, não gosto de pessoas que passam a vida a gabar-se da sua última acção mafiosa durante todo um santo almoço nem gosto que, numa tarde de conversa, se fale sempre do mesmo assunto.
Pronto, o que é que se há-de fazer. Há quem lhe enerve as novelas da TVI, a mim enervam-me estas coisas. Contudo, nunca achei que isto fizesse de mim pior pessoa (nem de perto, nem de longe), nem a coisa mais chata e insuportável que alguma vez conheceu.
Quem está comigo há muito, muito tempo, sabe até que ponto pode ir, que o meu limite de tolerância vai esticando com o passar dos anos e que, com calma e paz, até posso não rosnar quando me dizem "já venho falar contigo, vou só lá fora fumar". Agora, nunca, nunca nesta vida, me peçam para achar graça a quem se gaba por fazer concursos de arrotos. Please!