Ora pois bem, as férias é aquele momento em que há a possibilidade de revermos quase todas as pessoas que, por um motivo ou outro, geograficamente já não estão ali ao lado. E o que é que se tira disto?
Há pessoas que temos a sensação de que nada mudou. Parece mesmo que este ano nem sequer passou, a tal ponto que damos por nós a não perceber em que anos estamos. E isso é muito, mas mesmo muito bom. Os mesmos assuntos, com cinco minutos para falar de anfiteatros, frequências e grávidas na turma, a mesma confiança, os mesmos hábitos, tudo, tudo, tudo. E quando se está envolvido em mudanças, esta estabilidade é melhor que a nossa almofada depois de um mês sem pôr os pés em casa.
Também há aquelas em que percebemos que só nos falávamos porque eramos da mesma turma e os trabalhos de grupo isso o impunham, porque agora é só um 'olá, tudo bem, estás boa?' e adeus, largueza, que a vida é curta demais para perder tempo com gente que não vale a pena.
E depois há as revelações, as pessoas que já conhecíamos, mas que podem brevemente ser promovidas de conhecidos queridos a pré-amigos, com quem até gostamos de falar e de estar e que percebemos que a coisa até podia resultar.
Por outro lado, outro tomada de consciência é o 'a sério que eu investi tanto tempo nesta gentinha'. Acontece quando há uma indiferença XXL, uma não identificação, uma coisa que só nos apetece levar com dois par de estalos por tão burros que conseguimos ter.
Mas no fim de tudo, quando se mete na balança as coisas boas e as coisas menos boas, o que contam sempre são os amigos, aqueles que não mudaram e que fizeram um grande sacrifício para se encontrar, pelos quais vale a pena tudo e mais alguma coisa. Os outros vão arranjado maneira de adiar encontros, mas fiquem lá com os amigos deles que nós ficamos (e bem) com os nossos.