Durante a minha alegra infância, houve uma altura parva (muito parva) em que achava giro fazer-me difícil quando me convidavam para ir jogar ou brincar, dizia sempre "ai, não, não quero, fico aqui a ver" porque achava realmente graça a que pedinchassem para eu os presentear com a minha importante presença. Ainda fiz isto algumas vezes, até ao dia em que me disseram "não queres jogar, não jogas". Tau, sem dó nem piedade, percebi que já não valia a pena fazer-me de esquesitinha ou de difícil, que a paciência começa a ter limites muito cedo.
Agora, mais de uma década passada, sou eu que não tenho paciência para determinados tipos de súplicas. Claro que quando são aquelas pessoas, as minhas pessoas, se sei que vai ser uma coisa gira, lá as arrasto, apesar de todas as pragas que me rogam, mas aquelas que só são conhecidas, que nós até fazemos um esforço para se integrarem mas que, ainda assim, acham que vão ser mais felizes não sua condição de bicho-do-mato, largueza. A minha vertente doce para casos de "ai, não quero, coitadinho (a) de mim, que têm que insistir muito só para ir ali ao café, porque senão eu não vou, que não saio de casa, porque não posso cortar uma hora a ver as actualizações do big brother para socializar" é cada vez menos. E, lamento, a tendência é para decrescer, deve ser da idade.
E às pessoas que fazem isto? Amigas, estão a perder parte das vossas vidas convencidas que vai haver sempre alguém que vos vai dar uma pancadinha nas costas e dizer com todo o amor deste mundo que fazem falta, muita falta, neste ou naquele evento. Porque não vai estar e depois não digam que já é tarde e que eu avisei.
Aos que estão do outro lado, façam como eu ando a tentar e ganhem juízo. Quem não quer ser um ser (elaaaá, que esta repetição de homónimas fica bonita) que não seja. Mal para eles, nós fizemos o que podíamos.