Se alguém que está a ler isto, não sabe porque é que hoje é feriado, vá JÁ à wikipédia (ou coisa que o valha) porque, português que é português, tem mesmo que saber o que é o 25 de Abril... caso contrário, não tinham facebook e não podiam despojar lá todos os desgostos de amor.
Mas agora a sério, já pensaram de como um dia mudou completamente as nossas vidas? A par da PIDE, da guerra, dos princípios Salazaritas, aquilo que mais confusão me faz, desde sempre, é a falta de liberdade (um dos temas que mais me interessa desde sempre) que me atormenta mais. Às vezes, ou melhor, sempre que digo que o país está mal ou coisa que tal (coisa rara porque negativismo político não é bem o meu passatempo preferido, já chegam nove milhões) nem me dou conta que há tão pouco tempo, isso era impensável. Quando estou com um grupo de amigos, reunidos na rua, provavelmente a falar de banalidades, não penso que há uns 'instantes' não podia, era conspiração. Claro que não me lembro de 1974 todos os dias, porque não era nascida, porque a par de conhecer pessoas que foram para a guerra, de já ter ouvido relatos de presos políticos, é sempre diferente. Por outro lado, no dia de hoje, não consigo ficar indiferente e, ao mesmo tempo orgulhosa - sim, um enorme orgulho de todos aqueles que com cravos acabaram com isto (que já andava a cambalear desde que o Salazar se fue dos seus plenos poderes) e, claro, porque acho que a minha liberdade, que até pode acabar quando começa a do outro, tem um tempo de vida, que prezo muito... talvez das coisas mais importantes da minha vida.
Gosto de ser portuguesa, gosto muito de Portugal, da Joana Vasconcelos, do Mourinho, do Eça, do Cristiano, do Fernando Pessoa. Acho que somos hiper talentosos, que temos as melhores praias, a melhor comida e a melhor música. Amo todos os momentos em que um português, em qualquer que seja a área, chegue mais longe. Delicio-me a ver o Portugueses Pelo Mundo e pensar 'que bom, um português, anónimo, conseguiu conquistar um mundo lá fora apesar de todas as adversidades que mudar de país acarreta'. E, ter uma revolução para nobre, tão pacifica, ainda me faz gostar mais.