quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

e se o mundo acabar?


Vi esta imagem e pensei que podia escrever se o mundo, de facto, acabasse. (Se o Fernando Pessoa fosse vivo, dir-me-ia que isto é um erro, que se deve trabalhar uma ideia antes da escrever e essas coisas todas que ele tem naquele poema do poeta ser um fingidor).
Ora bem, como todo o respeito ao calendário Maia, não acredito que isto vá acontecer. Mas e se acontecesse, o que é que eu mudava, o que é que fazia, onde é que tudo isto me influenciava?
Assim a primeira coisa que queria, queria mesmo, era que todos os casais de pessoas fofas que eu conheço fossem felizes, esquecessem os problemas e ia ser uma explosão no facebook de X está numa relação com Y. Era tããããooooooooo lindo.
Depois acho que ia pedir para o metro, ou ia à minha conta poupança e metia-me num avião. Ainda não decidi bem onde é que passava o dia 21, mas algures entre o meu lindo Portugal ou, quiçá, a ver musicais em Nova Iorque (não quero que o mundo acabe sem ver o Cats, porque mesmo sem saber nada de musicais, sempre ouvi falar dele).
Claro que também me embutia em pães-de-Deus, frutos secos e troncos de Natal, que isto de não haver consequências naquilo que se come era uma alegria.
Ah, e dizia às minhas pessoas que gosto mutio delas, e em particular aos parvos dos meus amigos, que são uns parvos e que já me andam cá a enervar por agora acharem giro andar cada um para seu lado. Estúpidooooooos, mas porque é não nos juntamos, meus estúpidos? (estão a reconhecer letra de algum lado, é?) ahah.
Mas, contrariamente ao que diz a imagem, não me arrependo de ter estudado. Provavelmente, os melhores momentos da minha vida foram passados na escola, com peripécias inesquecíveis em aulas, a arranjar formas de copiar nos testes ou a arranjar mnemónicas para decorar coisas que nunca me vão ser úteis na vidinha. E aprendi muito a estudar. Não só aprendi coisas como fazer uma derivação ou resolver uma equação logarítmica, não só aprendi a meter pontuação e essas coisas todas que me dão um jeitão para escrever (que, na ausência do Português, percebi que era uma coisa que me dava mesmo prazer e que tirava todas as neuras), como aprendi a pensar (obrigada a todas as pessoas que metem as Filosofias como disciplina obrigatória), como desenvolvi o meu espírito crítico... sei lá, parte da minha personalidade, parte daquilo que sou, devo-o aos momentos que passei na escola (e, vá, talvez um bocadinho à seca de estudar coisas chatas e que não permitem grandes divagações e associações divertidas).
E também se o mundo acabasse a 21 não me arrependia assim de mais nada, está feito, está feito. Não deixava de ser uma melodramática e de sofrer pelas coisas insignificantes do mundo, não deixava de ter feito as minhas dietas, nem deixava de ter certas atitudes impulsivas (adoro-me, não há nada a fazer). Mas também, se faltassem duas semanas para acabar o mundo, alguém ia pensar em arrependimentos?
E, nos entretantos, surgiu-me o grande motivo pelo qual o mundo não pode acabar. Assim como é que sabíamos o vencedor da Casa dos Segredos?

Sem comentários:

Enviar um comentário