Não me lembro se já falei aqui das negativas, mas é provável. De qualquer das formas, continuo a achar que toda a gente devia ter tido, pelo menos, uma negativa.
Lembro-me da primeira vez que tive uma, foi quase positiva, numa daquelas disciplinas que não interessavam para nada, mas chorei que me desalmei. Chorei na escola e quando cheguei a casa desatei num pranto, ainda que toda a gente desvalorizasse a situação.
Depois só voltei a ter outra mais de um ano depois, e voltei a desalmar-me por causa dela, ainda que fosse sempre atribuído o rótulo de melodramática (mas isso ainda hoje o sou, ainda que por coisas mais importantes).
Com o passar do tempo fui-me acostumando à ideia de que as negativas existiam, que toca a (quase) todos e comecei a saber lidar com elas. Claro que houve aquelas que me lixaram à grande, aquelas que eu sabia que tinha estudado horrores, mas que não tinha feito nada com jeito e que me iam estragar a média de um ano inteiro, no mínimo. Mas por mais mal que me tenham deixado, já passou, e se apareceram lá por algum motivo foi.
Talvez por isso quando não tenho a nota que pensava que ia ter, ainda que me custe, não faça com que caia o Carmo e a Trindade. Acho que às vezes pensam que eu encaro tudo isto com demasiada leveza, mas não, simplesmente tenho consciência que não é por ficar de mal com o mundo que a nota vai mudar (e sim, também me farto de estudar para ter notas deprimentes e também já tive alturas em que tive notões por milagre).
Mas isto tudo para dizer que não percebo como é que tanta gente, em plena faculdade, faz um drama por ter tido uma negativa, encara a situação como se lhe dissessem que tinha meio segundo de vida e fica de mal com o mundo. Ora, claro que há sempre os aziados e invejosos, mas acho que muita gente não percebe que as negativas, os momentos de frustrante insucesso não são mais que uma preparação para a vida e, pessoalmente, não vejo como é alguém que não aceita que cometeu uma série de erros que não lhe permitem chegar a um determinado valor, consiga lidar com todas as derrotas que todos nós iremos ter.
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