terça-feira, 2 de outubro de 2012

Sou a Rainha do Social

Se há alguma coisa boa de não percebermos nada de transportes, é o facto de podermos socializar com imensas pessoas. Ora eu, como não tenho paciência para ver mapas, prefiro fazer como os velhotes, e perguntar a toda a gente. E também, à semelhança do que fazem os velhotes simpáticos, sou de meter e dar conversa.
Na última semana, estava eu a correr para um autocarro, quando um simpático jovem brasileiro, também a correr para o dito, meter conversa comigo. E ainda me contou muitas coisas. Que não era preciso ir muito depressa que o autocarro ainda demorava, que ia trabalhar às onze, por isso ainda tinha tempo, que gostava dos graffitis e dos artistas que os fazia e ainda me perguntou para onde é que eu ia. Bem sei que podia ser um psicopata, que já estou farta de saber que não se deve dar assim confiança às pessoas e bla blá blá. Mas também ainda podemos acreditar que há gente que vai de bem com a vida ou, mesmo que não vá, percebe que não adianta nada andar para aí a espalhar azia.
No mesmo dia, mas à tarde, encontrei uma rapariga que estava a ver os horários de outro autocarro. Lá descobrimos que íamos para o mesmo sítio e, dado o facto de não parecer uma psicopata disfarçada de estudante, vá de meter conversa, de lhe perguntar se estudava na escola ali ao pé. Com isto tudo, descobri que frequentava a mesma escola que uma amiga minha, que até tínhamos alguns gostos em comum e assim se fez uma viagem muito mais depressa.
E eu gosto disto. Gosto de pessoas, gosto de falar com pessoas. É tão giro sabermos um pouco mais da vida de alguém que nunca vimos e que, muito provavelmente, nunca mais vamos ver (ou então se nos reencontrarmos não nos vamos lembrar da cara da pessoa, o que vai dar ao mesmo). Acho mesmo que se todos nós, quando vamos em qualquer tipo de transporte, quando estamos num hospital à espera de ser atendidos e em todo esse tipo de situações falássemos com quem está ao nosso lado de forma simpática - simpatia gera simpatia - andava tudo bem mais feliz da vida e até menos sozinho (ou, pelo menos, esquecia-se da solidão em que vivia por uns instantes).

Sem comentários:

Enviar um comentário