..."não estejas nervosa, que eu depois também me enervo", o que é que é suposto fazer? Chamar-lhe incompetente e dizer "mas porque é que você há-de ficar nervosa, se faz isto vinte vezes ao dia e é o seu trabalho" ou sorrir-lhe de forma simpática do género "oh, não se preocupe, fica lá nervosa à vontade, que se me desmaiar aqui, hei-de voltar a acordar".
Mas o melhor é explicar a situação toda. Pois que sai uma pessoa de casa, fresca e airosa (prestes a desmaiar e cair para aí em qualquer beco, que pedem para uma pessoa ir fazer análises em jejum e a minha filosofia de vida habitou-me a não sair de casa sem comer) para ir tirar sangue.
Cheguei lá, tudo muito bem, tinha só umas vinte pessoas à frente (e estava a rezar para que ninguém me aparecesse com um saco de pão, que não me aguentaria) e esperei, esperei, esperei... até que fui fazer as ditas. A dita enfermeira, muito competente, diga-se de passagem, lá me espetou. Não me faz confusão, nunca tive medo de agulhas, nem me faz impressão ver sangue e até não sou de fazer grandes fitas. Disse-me "eu já lhe achei a veia, mas o sangue não sai". E pimba, vá de me mudar de braço, para ficar com mais um penso. Lá tirou o sangue, até à exaustão, mas lá lhe tive de dizer (provavelmente com ar de mocada) "olhe, é melhor parar que eu não me estou a sentir bem". Pronto, foi aflitivo deixar de ver e de ouvir, mas o que me apoquentava era estar muito mal disposta (não me podia vomitar ali, nhac, que nojo!). Mandou-me sentar, torturou mais umas pessoas e veio ter comigo. Perguntou-me se me tinha magoado, eu disse-lhe que não, que só me tinha sentido mal (e não me magoou, acho que já sofri mais em algumas vacinas). E depois, eis senão quando me diz "mas olhe que não tirámos sangue suficiente, pode cá vir noutro dia, ou posso-lhe tirar agora. Claro que disse para me tirar logo tudo, que não sou pessoa de deixar o meu pequeno-almoço de lado. E assim foi.
Depois de tudo isto, é com enorme satisfação que vos digo que ja lá têm o meu lindo sangue e que passei na tortura de fazer análises. Yupyyyyyy!! Vá, aquilo não é assim tão mau. Mas para a próxima que lá for (daqui a uns vinte, trinta... oitenta anos, quiçá) digo-lhe logo "olhe, escusa de se enervar, que isto não me dói nada. mas é só para que saiba que se me desmaiar para aí, deixa-me estar uns minutinhos sossegada e depois tire lá o sangue que quiser).
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