quinta-feira, 9 de agosto de 2012

OPINIÃO DE ALUNA: escolaridade até aos 18

Parece que esta palermice já foi aprovada. Não me ocorre chamar-lhe outra coisa que não seja palermice, patetice, estupidez...
O problema desta medida é o mesmo problema que muitos programas no ensino português têm, queremos dar uma imagem de país culto, de país que tem muita gente formada mas depois, vai-se a ver, e estas pessoas com um diploma não sabem fazer nada da vida. Queremos manter as aparências mas quando elas são postas à prova ficam mal vistos e não é pouco. Ora este problema não é de agora, vejamos pelas Novas Oportunidades, em poucos anos as estatísticas de pessoas com o ensino básico/secundário concluído dispararam mas o nosso nível de conhecimento não. E porque será? Porque estas pessoas são obrigadas a ir para a "escola" onde pedem alguém que lhes escreva a história de vida e está feito, ficamos a ser um país de doutores.
E como isto de ser um país de doutores é muito bonito e parece muito bem, bora lá enfiar com os gaiatos até aos 18 anos numa escola, que mesmo que andem contrariados, a mandar ir passear os professores, a perturbar quem quer aprender, hão-de lá ficar até aos 18 anos, porque não vá alguém perguntar-lhes e eles cometam o grande pecado de responder "olhe, saí da escola por opção, ou porque tinha de ir trabalhar. actualmente, sou electricista, não tenho um curso superior, mas gosto daquilo que faço, sou bom disso e até consegui organizar a minha vida". Credo, credo, credo!! A resposta pretendida será "sou um inútil, que mal sei escrever, andei até aos 18 anos na escola porque era obrigado, vivo do fundo de desemprego porque, como já referi, não sei fazer nada, mas o mais importante é que tenho um diploma todo janota, emoldurado e tudo".
O que vai acontecer aos pequenos que apanharem estas medidas e que preferiam estar a acartar baldes de massa do que a ler Os Lusíadas, é que vão chegar a um ponto que se metem num CEF para fazer o ensino básico, provavelmente numa área que nem gostam, mas é o que há. Depois vão para um curso profissional de uma coisa qualquer, mas como recebem subsídio de almoço e têm muita coisa grátis como: matrículas, propinas, manuais, estágios com bolsa, transportes, alimentação e alojamento andam ali três anos a gozar com os parvos do ensino regular que se matam a estudar, que têm que pagar tudo e essas coisas todas que quem passa por elas sabe (mas já falei dessas diferenças aqui, não vale a pena repetir-me). Ah, e depois dos 18, ficam alapados em casa até aos 23, fazem um exame e bora lá para a universidade, que isto o bonito é chegar aqui sem saber o que é ter uma semana cheia de trabalhos, testes, realatórios, memorandos e essas "tretas" todas que para trabalhar chegam aqueles que andam na escola por opção.
No final disto tudo, temos as pessoas que não queriam andar na escola com o mesmo diploma que pessoas que se mataram a estudar para o ter. Bonito!! Mas o que interessa mesmo, é que somos um país de doutores, como muita gente com cursos superiores (mas shiiiiuuuuuuuu, que é proibido dizer que muitos desses doutores têm cursos inventados só para arranjar mais um curso e depois acabam todos a lavar as casas de banho do Dolce Vitta, mas isso não deve contar para as estatísticas).
O que acontece aqui, é que há um desrespeito por pessoas que andam na escola por gosto, que não têm a mínima vontade de ser perturbadas por quem só lá anda por obrigação. Ah, e depois levar um filho/educando até aos 18 anos na escola não é como ir ali comprar um pacote de arroz. E deixem-me dizer-vos, no ensino público a única coisa gratuita são as aulas enquanto estamos no obrigatório, agora livros, calculadores, cadernos, transporte e alimentação não são dadas.



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