Ou talvez fosse melhor falar dos adolescentes e da atracção ou do facto de meter no facebook que se está numa relação. Porque, na verdade, acho que em muitas casos, não há uma coisa realmente sincera, ou se é sincera vem com o tempo, porque no início tudo se vai processar das diversas formas que vos falar.
Muita gente, arranja um namorado porque é giro, porque ter alguém a quem mandar mensagens durante as aulas, alguém com quem se entreter durante os intervalos, para ir almoçar fora, para contar coisas às amigas e etc e tal.
Depois há os mais giros que decidem ter relações com as mais giras para serem um casal giro. Isto não dura muito tempo, mas é giro em quanto dura e também é giro o falatório em volta deles.
E para não pensarem que as relações dos jovens são só mentiras, há aquelas em que, de facto, se gosta. Começa tudo por "acho-lhe graça", depois começam por meter gostos nas fotos do facebook, trocar números, irem almoçar com amigos em comum, falarem uma ou outra vez, começarem a almoçar mais, irem almoçar sozinhos, passarem umas tardes a entreterem-se, decidirem que namoram e meter que estão numa relação no facebook.
E, quando não se etsá disposto a ter chatices por causa de uma relação? Como contrariar uma atracção? É mais simples do que se pensa, se deixarem os melodramas de lado. Basta pensarem que não estão para levar com cenas cada vez que estão uma tarde inteira sem tocar no telemóvel nem quando não vos apetecer aturar a dita pessoa. Quanto à atracção, relativizem a coisa, basicamente acha-se alguém giro, talvez até sexy, com graça, inteligente, fala bem, é simpático e etc e tal. Mas aposto que também achas o Javi García e o Deep muito giros e muito sexys e não é por isso que não consegues controlar esse like.
Pessoalmente, acho que esta última postura é muito mais fácil. Mas isso também é por causa do meu feitio. Não acho nada prático ter que andar a olhar de cinco em cinco minutos para o telemóvel e responder a mensagens como "vais lanchar? vais tomar banho?". É estúpido e sufocante e não contribui nada para a felicidade de alguém. E depois também não me imagino a abdicar do tempo que tenho para os meus amigos e para as minhas coisas (a bem dizer, não é abdicar, mas é reduzir e seria um tempo muito significatico) para passar uma hora de almoço a falar todos os dias com a mesma pessoa sobre o que vai fazer no próximo fim-de-semana.
Quanto ao achar graça a alguém, como já vos disse, é perfeitamente fácil controlar isso. Basta relativizar a questão e não pensar muito nisso.
E, assim sim, é muito mais simples compreender as paixões na adolescência.
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