Tudo se queixa que as relações agora não duram tanto como antigamente, que as pessoas já não estão para suportar relações que dantes só se aguentavam para manter a imagem de casal mas feliz, mas a verdade é que as pessoas saturam as relações.
Quantos vezes já não vi pessoas que passam o dia inteiro a trocar mensagens como o namorado/a, que dizem tudo aquilo que vão fazer e que em qualquer conversa falam do seu mais-que-tudo, daquilo que ele vai lanchar e ainda nos fazem o relato do programa da próxima semana.
É uma canseira, não há paciência e depois quando acabam lá temos que levar com as lamurias todas, temos que os ensinar a viver e tanta coisa sem necessidade.
Numa relação é preciso haver espaço, saber que as nossas vidas não são a Casa dos Segredos, que escolher uma bolacha maria em vez de uma bolacha de água e sal não tem interesse para ninguém. Mas não, vá de mandar mensagem sobre tudo aquilo que se está a fazer, de esturrar a bateria do telemóvel, de só haver um único contacto, de ter que levar com cenas de ciumes mesmo quando estamos com o nosso amigo gay e de esquecer que é possível sair de casa sem estar agarrada no telemóvel e ter uma conversa com amigos, sobre este ou aquele tema e que não meta a sua paixão à mistura.
Nem tudo nas relações é mau, mas tem que haver um limite, deixar de escrever "amo-te" em todas as mensagens que se mandam, parar de banalizar momentos que podiam ter importância mas que deixaram de ter graça porque se usou e abusou. E, no fim de contas, o que é que tem graça? O que é que tem interesse? Os encontros pessoais são bons, mas nunca se sentiu falta da pessoa, porque na última semana, até se sabe quantas vezes se usou o condicionador.
Por tudo isto, deixem-se de lá de andar para aí a deixar de ter vida, que depois, quando derem conta, os vossos amigos vão ser os amigos do vosso namorada, a vossa vida, vai ser a vida dele, as pessoas que sempre vos apoiaram vão ser aquelas que só vos fazem companhia quando o mais-que-tudo está ocupado e longe do telemóvel.
Relações sim, mas controladas, até porque antes de tudo, temos que gostar de nós próprios.
Sem comentários:
Enviar um comentário