sábado, 27 de agosto de 2011

amo-te tanto que até enjoa

Tudo se queixa que as relações agora não duram tanto como antigamente, que as pessoas já não estão para suportar relações que dantes só se aguentavam para manter a imagem de casal mas feliz, mas a verdade é que as pessoas saturam as relações.
Quantos vezes já não vi pessoas que passam o dia inteiro a trocar mensagens como o namorado/a, que dizem tudo aquilo que vão fazer e que em qualquer conversa falam do seu mais-que-tudo, daquilo que ele vai lanchar e ainda nos fazem o relato do programa da próxima semana.
É uma canseira, não há paciência e depois quando acabam lá temos que levar com as lamurias todas, temos que os ensinar a viver e tanta coisa sem necessidade.
Numa relação é preciso haver espaço, saber que as nossas vidas não são a Casa dos Segredos, que escolher uma bolacha maria em vez de uma bolacha de água e sal não tem interesse para ninguém. Mas não, vá de mandar mensagem sobre tudo aquilo que se está a fazer, de esturrar a bateria do telemóvel, de só haver um único contacto, de ter que levar com cenas de ciumes mesmo quando estamos com o nosso amigo gay e de esquecer que é possível sair de casa sem estar agarrada no telemóvel e ter uma conversa com amigos, sobre este ou aquele tema e que não meta a sua paixão à mistura.
Nem tudo nas relações é mau, mas tem que haver um limite, deixar de escrever "amo-te" em todas as mensagens que se mandam, parar de banalizar momentos que podiam ter importância mas que deixaram de ter graça porque se usou e abusou. E, no fim de contas, o que é que tem graça? O que é que tem interesse? Os encontros pessoais são bons, mas nunca se sentiu falta da pessoa, porque na última semana, até se sabe quantas vezes se usou o condicionador.
Por tudo isto, deixem-se de lá de andar para aí a deixar de ter vida, que depois, quando derem conta, os vossos amigos vão ser os amigos do vosso namorada, a vossa vida, vai ser a vida dele, as pessoas que sempre vos apoiaram vão ser aquelas que só vos fazem companhia quando o mais-que-tudo está ocupado e longe do telemóvel.
Relações sim, mas controladas, até porque antes de tudo, temos que gostar de nós próprios.

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