Já lá vão os tempos em que o programa perfeito era passar uma manhã inteira, entre mantas e cereais Chocapic, a ver a carrinha mágica. Hoje, talvez a última parte se mantenha mas, tirando aquelas tardes de Natal ou os reencontros ocasionais, quantos de nós conseguiriam passar mais todas aquelas tardes agarradas a desenhos animados?
Pois é. Crescemos. Tau! Sem dar conta. Doeu!
Os interesse mudaram, talvez muitos dos amigos de infância agora sejam só o qualquer coisa que tinha uma mochila com um urso azul e os objetivos de vida estão mais reais e menos Disney.
Provavelmente, as vidas andaram tão preenchidas que nem nos demos conta de como isto deu uma volta de 180º. Foram mudanças lentas, de ano para ano, e hoje quando nos sentamos a pensar que o Euro2004 já foi há onze anos (ONZE anos), vem aquela conversa de velha, de que o Cristiano Ronaldo tinha madeixas loiras e aaaahh, as saudades do Figo e do Rui Costa. Sabem lá os putos o que é ver um país a correr atrás de um autocarro e ver o Top+ de uma ponta a outra só para esperar pelo videoclip do "Como Uma Força".
E depois pensamos, tivemos estes mais de vinte anos protegidos e sempre com um colinho reconfortante, e agora querem atirar-nos para o mercado de trabalho (uepáaaa, não dá para ir com mais calma?), obrigar-nos a fazer compras do mês e a desenrascar problemas como um bico do fogão entupido. Oi? Não somos os miúdos da Carrinha Mágica?
Ou, pelo menos, não somos as miúdas que acham que a mistura de sexos é tempo perdido, porque eles são muito infantis e só querem saber da playstation? Que cena é esta de andar a ver estrelas e luas com uma pessoa?
Não percebendo o Peter Pan todos os dias, hoje...
