Só percebe, verdadeiramente, a vida académica, quem está dentro dela. Aqueles todos que se identificam com as páginas de memes, onde os bonecos desesperam pela temível "última semana do semestre" ou se comovem com as histórias que um bocado de pano preto que se traça ao pescoço tem para contar. A velhinha história de que só percebemos as coisas quando passamos por ela.
Mas fora dos semestres e do sítio onde estamos a estudar, será que conseguimos esquecer isto da vida académica?
Dou por mim, frequentemente, em jantares onde a conversa não foge muito da praxe da semana passada, da frequência da semana que vem ou das aulas em anfiteatros cujo número de assistências vai decrescendo ao ponto de o professor decorar o nome das caras conhecidas.
O que não deixa de ser giro, esta troca de experiências. De se perceber como se era quando começou, de como, a brincar, a brincar, até já se anda nisto há uns anitos e agora já se faz parte do grupo que dá conselhos e tem uma opinião sobre assuntos académicos que tem, por base, muitas histórias por contar.
A verdade é que há um espírito em torno da vida académica que não há ao redor de muitas outras coisas. E isto passa tão rápido.
Mas, às vezes, aquele jantar com outras pessoas sabe tão bem. O estilo "estás na universidade como poderias estar em outro sítio qualquer, vamos falar sobre a Bola de Ouro e esquecer o drama do Meco".
Enfim, podemos não a esquecer, mas pode, pelo menos, ficar adormecida por umas horas.