sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Brincar aos Crescidos

O receio das responsabilidades é um 'mal' comum. Aos dezoito anos ainda nem sabemos mudar uma lâmpada, como é que querem que saibamos preencher IRS's, tomar decisões que afetem, a sério, as nossas vidas ou escolher a lista das compras para toda a semana.
Daí que sair de casa dos pais, quando se vai para a faculdade, seja uma valente ajuda nisso. Mas... não é tudo!
A brincar, a brincar, damos por nós a pensar na quantidade de responsabilidades que já tenho (vá, não tenho sete filhos para criar e cinco cães que alimentar, mas, para a idade, vão aparecendo a algumas coisas) e no facto de já não ser visto como uma miúda a quem tudo é perdoado. Meu Deus, quando é que a troca de mensagens com o novo amigo deixou de ser a maior loucura das nossas vidas?!
E o que muda?! 
A menor tolerância com os erros e com as distrações, a falta de palmadinhas nas costas, a ausência de paciência para coisas a que ninguém ligava (faltas, atrasos?!), a sociedade 'dura' e não tão condescendente, se queremos ser vistos de outra forma, então que venham daí mais responsabilidades. Isso, ou não passamos dos miúdos que querem ser parecidos com gente a sério.
E as relações?! Pormenores tão pequenos (redundância?) como as conversas que procuramos, os assuntos que abordamos, a forma como nos colocamos (apesar de com aqueles amigos se voltar sempre aos comportamentos do jardim de infância), a disponibilidade que temos. 
Crescemos, é verdade.
Eu, pelo menos, sinto que tenho crescido. Pouco, muito pouco, mas vou sentido as diferenças e, confesso, de vez em quando, dou por mim a pensar "se calhar, já chega de brincar a isto", no fundo, aquele síndrome de Peter Pan que, não sei se é por fases ou se ele vai desaparecendo, tem ficado cada vez mais pequeno.
Não sei durante quanto tempo vou gostar disto, mas já que não dá para voltar aos tempos em que o drama maior da vida era não dar o Batatoon, então vamos lá ver as coisas da melhor forma possível.

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