domingo, 28 de setembro de 2014

Consequência do Meco

Não conseguir viver o Meco de forma totalmente imparcial, quem já praxou e foi praxado tem, necessariamente, uma postura mais familiar em relação a tudo isto. 
Passou meio ano, toda a gente comentou e formou uma opinião em relação à praxe mas, no final de contas, que impacto é que tudo isto teve?
Estava otimista e, durante muito tempo, pensei que toda esta tragédia fosse um motivo para toda a gente pensar o que, enquanto praxista, fez de bem e fez de mal. Mas não foi só isso que mudou.
Quem está lá dentro tenta que tudo o que foi de bom, continue da mesma forma. Mas como é que podemos não mudar quando as pessoas que nos chegam são muito menos recetivas? Quando nos olham de lado só porque estamos felizes a cantar? Quando somos vistos como terroristas e psicopatas quando, na verdade, só estamos ali para promover a integração (sem obrigar a comer comida de cão, sem obrigar a fazer flexões até à morte, sem obrigar a strips, sem obrigar, simplesmente, porque muitas das coisas ridículas que passam cá para fora e não têm tanto fundamento como se pensa).
Queriam estragar uma coisas que mais facilita os dias de quem sai de casa e se vê sozinho num novo mundo? Parabéns! Conseguiram. Se daqui a uns anos a taxa de abandono do ensino superior for muito maior, durante as primeiras semanas, tentem lembrar-se do como deve ser difícil sair das aulas, voltar para uma casa onde vivem mais cinco ou seis desconhecidos e não ter alguém mais velho que nos diga 'é normal que foi difícil, comigo também foi assim'.

Sem comentários:

Enviar um comentário