Ontem, numa conversa ao verdadeiro estilo 'conversa de café' falávamos das pessoas que dizem logo que não, antes de conhecerem a pessoa que a convida para sair, que lhe pede o número de telefone, que lhe sugere que vão passear algures. De forma mais prática, as pessoas que dão logo a clássica 'tampa', sem esperar para ouvir argumentos.
Falávamos se isto é indelicado, se é correto, se revela falta de paciência ou, se é só uma forma prática de começar algo que sabemos (porque nós sabemos estas coisas) aquilo que não tem futuro, cortar o mal pela raiz.
Eu, pessoa prática, que avalia mentalmente (quase) tudo sobre as características das pessoas, acho que, por mais indelicado que seja, por mais susceptibilidades que se possam ferir, o melhor, se não vemos qualquer potencial, é dizer que não, que não queremos, que se acaba antes de começar, que andar a aturar gente chata e sem interesse, quando se tem tão pouco tempo para se fazer coisas que se gostam, é o melhor remédio.
Claro que, uma amiga minha, me dizia logo que só dar o número de telefone não faz mal, que até podem ficar amigos, ter conversas sobre a meteorologia, sem dar falsas esperanças e blá, blá, blá. Algo que alguém comentava que isto não era mais que perder tempo, arrastar uma tampa que seria inevitável.
E agora, haverá um grupo de pessoas insensíveis que acreditam, logo à partida, que o que não dá, não dá? Haverá outras que, apesar de saberem que estão a dar o número a alguém que não tem nada em comum com elas, acreditam que, pelo menos um amigo, pode sair dali, apesar de saberem bem demais que não é isso que ele pretende?
Insensíveis e práticas ou sensíveis e vamos-acreditar-nas-excelentes-mudanças-das-pessoas? Em que ficamos?