sábado, 19 de abril de 2014

De potencialmente interessante a interessante (ou então não!)

Durante o meu primeiro ano de faculdade, conheci pessoas potencialmente interessantes (caaaalma, que estamos a falar de amigos). Sim, potencialmente porque, como já referi, comigo as coisas não acontecem ao estilo 'conheci-te ontem, hoje somos bff's, amanhã vamos passar férias juntos). Ou queria acreditar que eram potencialmente interessantes, só naquela tentativa de dar o benefício da dúvida e não ser logo a pessoa que diz que aquela gente não interessa a ninguém!
Passou o primeiro ano e não saí com a sensação que tinha ficado com amigos para a vida. Pensei que era normal, aproveitei as férias com os meus amigos de sempre e, em Setembro, num misto de entusiasmo (para ver no que é que isto dava) e de aborrecimento (as mesmas rotinas, os mesmos horários, as mesmas secas dos grupos de trabalho), decidi que era tempo para mudar qualquer coisa.
E, basicamente, comecei a relacionar-me com novas pessoas, a sair mais com esta ou aquela pessoa que, não tinha conhecido assim tão bem, mas sabia que tinha curiosidade, como eu, em ir a sítio X ou Y e, com a outra, que via a mesma série e tinha passado férias no mesmo sítio.
Contrariando todas as estatísticas e probabilidades que apontariam para eu ser alguém pouco social e secante, a verdade é que o problema não estava em mim, mas sim nas pessoas com quem me dava. E, acreditem, com as pessoas certas, às vezes sentirmo-nos melhor num novo mundo é muito mais fácil.
Isto tudo para dizer que, às vezes, é mesmo preciso mudar de ares. Se as coisas não são tão divertidas como toda a gente diz ou se os nossos 'novos amigos' não são tão espectaculares como os das outras pessoas que fazem relatos absolutamente fascinantes e de amizades para a vida, então, talvez, o problema não esteja em nós. Não nos temos que identificar com toda a gente, muito menos com aquela sonsa que nós não suportamos mas que, ainda assim, continuamos a achar que pode ser uma potencial amiga. Às vezes, é mesmo preciso esquecer que aquelas foram as primeiras pessoas com que nos demos (só porque um sorteio para o grupo de trabalho nos juntou) e perceber que não podemos justificar uma má relação que se estende há meses só por ter tido dois ou três momentos felizes. Às vezes, mudar de turma, de casa e de núcleo, pode ser a chave para uma vida mais feliz.

Porque as pessoas potencialmente interessantes, não passam sempre a pessoas interessantes.