sexta-feira, 10 de maio de 2013

os que falam e os que só falam

É normal falarmos da vida dos outros, é normal se queremos saber se o Cris continua com a Irina, de gostarmos de uma ou outra cusquice sobre os vestidos de noiva das famosas e etc e tal. Até é normal fazermos este ou aquele comentário sobre o vizinho, o primo do primo, coisas banais e muito ao leve: ai que bom, casou ou ai, que chato, teve ali uma virose.
O que deixa de ser normal, e vermos pessoas cuja vida é tão insignificante que se deixam consumir por estas cusquices, que fazem com boatos sobre a vida dos outros começam a tornar-se a sua própria vida.
A escala passa a doentia quando dá prazer inventar coisas dos outros, quando não há nada que saiba melhor do que julgar alguém em praça pública.
E sim, este escala muiiito grave não é assim tão rara porque, tal como há psicopatas ou assassinos, há pessoas assim. Elas precisavam de um psicólogo, é certo. Mas, e as vítimas? Pois bem, essas é que aqui importam.
Não foi só uma vez que pessoas que eu conheço chegaram ao pé de mim completamente arrasadas com aquilo que se dizia. A chorar, com tantos nervos que nem vinte e sete xanax poderiam acalmar, e com uma auto-estima a descer exponencialmente.
Tudo aquilo que nós fazemos não vai agradar a gregos e a troianos, há sempre alguém interessado em apontar o dedo. Ai, é porque se diverte de mais, ai é porque não sai de casa, ai é porque não arranja namorada, ai é porque só se dá com raparigas. E falam, falam, falam, mas no fundo, não diziam nada.
 Livrem-se, estou completamente PROIBIDOS de alguma vez, uma que seja, ficarem mal, perderem horas de sono ou ganharem rugas por causa do diz que disse que pode ter sido menos agradável.
Falem bem ou mal, falem. Nós só falamos de coisas que nos diziam alguma coisa, nem que nesse dizer esteja um incómodo implícito. Eu falo da lagartada, porque aqui há uns anos vi um jogo passar de 2-0 para 5-3 e isso deu-me uma dor de alma inexplicável. Incomodou-me à séria e depois, claro, defendi-me como pude, fosse em não comentar, em inventar faltas ou arranjar piadinhas. É mesmo assim que funciona, por isso: