Ontem uma amiga minha dizia-me 'foi o ano mais rápido da minha vida'. Pois, o meu talvez também. A verdade é que a partir de uma certa altura nós deixamos de perceber o tempo, de passar que ainda que haja dias que não tenham fim, isto passa num ápice.
O tempo é a questão mais fascinante de toda a nossa existência, pelo menos para mim. Por isso é que uma questão em que penso bastante.
Lembro-me de até aos dez anos ter um pensamento meio estúpido, qualquer coisa como 'ainda não tenho uma década'. Agora, que vou quase nas duas, foi tudo tão rápido e as memórias ainda estão aqui tão perto. Parece que foi ontem que vi o Benfica ser campeão - a primeira vez que me recordo à séria - parece que foi ontem que vi um puto borbulhento, que agora é o melhor do mundo, a tirar a camisola num jogo contra a Holanda e a ir directo para os posteres da Super Pop, parece que foi ontem que tive a minha primeira directora de turma, parece que foi ontem que tive o meu primeiro calendário de testes, parece que foi ontem que fiz um projecto de trabalho pela primeira vez. Ainda parece que foi mais ontem que escolhi uma área, ainda parece que foi mais ontem que senti as dificuldades da Química como nunca tinha sentido, ainda parece que foi mais ontem que comprei uma bata para as aulas de laboratório. Foi ontem que fui finalista de secundário, foi ontem que sofri in loco por deixar um secundário que me foi tão querido, foi ontem que vi que isto de escolher um curso dá trabalho à farta.
Conclusão: os últimos dez anos foram assim a correr... e dizem que a partir dos 18 isto nem se sente. Será? Medo, muito medo.
Às tantas vemos que há coisas que mudam num segundo, coisas que levam anos e anos. Pessoas que demoraram tanto tempo a entrar nas nossas vidas, outras que em um ano conseguiram essa proeza. Percebemos que nesta vida não há linearidades, que os fins são diferentes para toda a gente e que já isto tudo está planeado, até ao fim dos nossos dias.
Se isto já era confuso, daqui a uma hora ainda será mais.
