sábado, 16 de fevereiro de 2013

O dia dos namorados... e os desesperados

Era para ter escrito isto ontem, mas quando o adversário é o meu sofá, a minha televisão, as novelas da tvi ficção... há coisas que só tiradas a ferro.
Então, vamos lá ao assunto. Como devem ter reparado, há dois dias, foi o dia de São Valentim que, basicamente, se traduz em montras cheias de corações e ursos e amos-te e molduras e... vocês sabem, não é?
Mas, o que me traz aqui, é a manifestação contra este dia que se viveu no facebook. Aliás, de todas as coisas deprimentes que foram alegadas, aquela que ganhou o prémio da mais desesperada foi "dia dos forever alone".
Ora, não ligando eu a este dia (o único fascínio da minha vida passou-se, já há uns anos, quando encontrei o urso de pelucho da minha vida numa papelaria, que tinha tanto de volume como de preço monetário) mas não foi por isso que me meti a fazer comentários deste tipo nas redes sociais. É normal que os namorados o queiram comemorar (seus traidores ao Santo António), o qu não é normal é que milhentas pessoas critiquem quem mete coisas pirosas num dia que, por excelência, é piroso. Não é normal ver tanta gente aziada por estar solteira. Não é normal ver tanta gente aziada com a felicidade alhei.
E isto levanta questões. Vamos por parte.
Se há coisa que eu nunca nesta vida compreendi, foi o mal estar por se ser solteiro. Deve ser porque não acho que ser solteiro seja forever alone. E sim, eu percebo que há alturas nesta vida em que as nossas vidas mudam, em que as vidas dos nossos amigos mudam e, envolvidos nessa mudança, damos conta que há dias em que a caixa de entrada de mensagens não está concorrida, em que não há notificações no facebook e em que nos apercebemos que precisávamos tanto de uma cusquice, de uma conversa banal e, nesse momento, não há ninguém disponível. É nestas alturas em que as mensagens de segundo em segundo entre namorados são ligeiramente compreendidas. Mas, fora isso, não há namorados, mas há amigos, há um eu, há uma série de coisas boas e positivas que nunca na vida vão ser substitutas pelo "X está numa relação com Y".
A outra questão passa por a felicidade alheia causar espéceee. E, por mais que me faça confusão, a verdade é que há tanta gente que não suporta ver ninguém feliz (se constarmos as capas das revistas, que tem sido tema de conversa por aqui, dá para perceber o reflexo de uma parte da sociedade). Claro que não sou a melhor pessoa do mundo, que gosto de ver toda a gente feliz. Não, aliás, se os portistas um dia depois do campeonato acabar, estamos mal conversados, e são capazes de ouvir umas quantas coisas menos simpáticas. Mas isso não implica que tudo o que seja felicidade alheia me deixe mal, bem pelo contrário, gosto de receber mensagens de amigos meus a dizer que passaram no exame de código, a dizer que tiveram um boa nota, que compraram uma blusa linda. E sim, isto é que é normal.
Mas vá, nada de lamurias porque, se fizeram estas figuras tristes no face, para o ano a coisa corre melhor e no meio de tanto estado infeliz o vosso foi só mais um para a lista.