sábado, 23 de fevereiro de 2013

Estranha forma de vida

O ano passado, um conhecido meu, queria muito entrar em Medicina. Tinha uma média para isso, mas as coisas nos exames não foram famosas e, para não desistir desse grande sonho (?) entrou para a Academia Militar. Como não sou amiga dele, nunca soube grande coisa, só que tinha regras muito rígidas, rotinas que eu não aguentava meio dia e uma adaptação que não era a coisa mais fácil do mundo (longe disso). Depois disso, só soube que aquilo lhe estava a custar à séria, que ele tentava ofuscar o quão mal estava e que a adaptação estava bem complicada.
E, ao que parece, tudo isto é normal. Todo este choque, este primeiro contacto.
Mas, a par destas circustâncias - foi para lá porque era o único remédio - o que me faz mesmo confusão é como é que alguém se mete num regime militar de livre e espontânea vontade? Como é que alguém encara de ânimo leve todas estas privações? Como é que alguém é feliz a levantar-se de madrugada para ir rebolar na lama, a comer comida 'de cão' e a estar longe das pessoas que gostam? Como é que alguém faz isto sem qualquer outro objectivo (melhor salário, garantias de uma vida melhor) e vê isto como uma paixão.
Dei por mim a pensar nisto e pensei que há coisas que, afinal do que eu pensava, são bem diferentes dos meus gostos. Há coisa de um ano, por exemplo, percebi que há pessoas que não gostam mesmo de música pimba (really), que nem estão naquele de 'ai, não, não, eu não oiço essas coisas', mas são pessoas que nem com a Liliane Marise se conseguiam rir.
E depois disto, claro, também cheguei à conclusão que é bem provável que haja pessoas assim, afinal, neste mundo também existiram Hitlers e pessoas capazes de provocar atentados terroristas.